A primeira pergunta que alguém precisa se fazer quando vai alfabetizar é esta: quem são estas crianças?
É preciso conhecê-las antes de dar início ao trabalho de alfabetização propriamente dito, sob pena de cometer enganos que podem ser irremediáveis. É necessário ainda que se adquira a consciência de que todo falante nativo é um usuário competente deste idioma, por isso ele “sabe” essa língua. Entre os 3 e 4 anos de idade uma criança já domina integralmente a gramática de sua língua. Sendo assim, é importante que o olhar dirigido para o alfabetizando resgate sua potencialidade e que o professor se comprometa com seu trabalho a partir de uma visão diagnóstica, preventiva de dificuldades de aprendizagem futuras.
A ação diagnóstica pode e deve ser realizada pelo professor no contexto de sua atuação docente. Apenas nos casos de problemática maior há necessidade do concurso de um profissional de outras áreas, tais como a Fonoaudiologia, a Psicologia ou a Psicopedagogia.
Tal ação deve possibilitar:
- A definição das capacidades linguísticas que as crianças devem desenvolver gradualmente no ciclo inicial de alfabetização e daquilo que cada criança deve ser capaz de realizar a cada período desse ciclo;
- Uma visualização mais clara dos objetivos do trabalho docente em sala de aula e das metas que deve procurar atingir;
- Definir o que as crianças precisam aprender e estabelecer o que deve ser ensinado.
Como todo diagnóstico é sempre um processo investigativo, o professor deve inicialmente coletar dados que possam subsidiar suas hipóteses. Para isso precisa estar atento às crianças a fim de observar os seguintes aspectos:
- Desenvolvimento físico;
- Desenvolvimento cognitivo;
- Desenvolvimento emocional;
- Tendência à distração;
- Nível de letramento;
- Nível de consciência fonológica.
Tais aspectos são fundamentais para para que o processo de alfabetização tenha sucesso. Caso o professor considere que haja necessidade de um diagnostico mais aprofundado, o psicopedagogo deve ser o profissional indicado para realizá-lo.