O Terceiro Estudo Regional Comparativo e Explicativo (Terce), foi lançado em 30/07/2015 pelo Escritório Regional de Educação da Unesco para a América Latina e o Caribe.
O Terce é um estudo de desempenho da aprendizagem em larga escala realizado em 15 países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai), além do estado de Nuevo León (México). Mais de 134 mil crianças do ensino fundamental participaram da avaliação. Avalia o desempenho escolar no ensino fundamental – do 4º ao 7º ano do ensino fundamental, no Brasil; e da 3ª à 6ª série, nos demais países – em matemática, linguagem (leitura e escrita) e ciências naturais.
De acordo com o estudo, no Brasil:
- O desempenho dos estudantes melhora quando os pais acompanham os resultados obtidos na escola, apoiam os filhos e chamam a atenção deles;
- O desempenho, no entanto, piora, quando os pais supervisionam e ajudam sempre nas tarefas escolares, tirando a autonomia dos filhos;
- Os estudantes que vivem em regiões desfavorecidas têm desempenho pior, independentemente das condições da própria casa. No entanto, se os pais têm altas expectativas e incentivam os filhos quanto ao que será capaz de alcançar no futuro, ele obtêm melhores resultados;
- Frequentar a pré-escola, desde os 4 anos, melhora o desempenho dos estudantes. Por outro lado, faltar à escola diminui o desempenho;
- Em relação às novas tecnologias, os estudantes do 7º ano que usam computadores na escola com frequência tendem a conseguir pontuações menores em matemática. Já os que utilizam o computador fora do contexto escolar tendem a ter melhores resultados em todas as provas.
Apesar de toda a região ter apresentado melhoras em relação à avaliação anterior, o estudo mostra que são poucos os alunos que alcançam o máximo de desempenho. Ao todo, são quatro níveis. No Brasil, a maior porcentagem de alunos no nível mais alto é 16,6%, em leitura do 7º ano. A maioria dos estudantes concentra-se nos níveis mais baixos, o que significa que não são capazes de interpretar e inferir o significado de palavras em textos escritos nem de resolver problemas matemáticos que exigem interpretar informações em tabelas e gráficos.
O pior desempenho foi na prova de ciências naturais, aplicada pela primeira vez no país aos alunos do 7º ano. Apenas 4,6% estão no maior nível e 80,1%, nos níveis mais baixos. Eles não são capazes de aplicar os conhecimentos científicos para explicar fenômenos do mundo.
Os países que estão acima da média regional em todos os testes e anos avaliados são Chile, Costa Rica e México.