Minha aluna Simone Aparecida Leite, do curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia( 2017/2018) na FAI- Centro de Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e Educação – de Santa Rita do Sapucaí, MG, que trabalha com Arte, escreveu em seu Memorial de conclusão de curso sobre o uso de jogos dramáticos em Psicopedagogia, o que ensejou este post.
Os (as ) psicopedagogos(as) geralmente utilizam jogos de exercício, simbólicos ou de regras – de acordo com a teoria piagetiana- em suas intervenções.
Entretanto, os jogos dramáticos têm relevância no trabalho psicopedagógico porque, além de estimular a imaginação e a transformação de conteúdos latentes em manifestos por meio do simbolismo, incentivam a autoria, a qual, segundo Fernández ( 1991 ), é o objetivo da intervenção psicopedagógica.
Este tipo de jogo abre espaço para que a criatividade, que nada mais é do que encontrar o novo no conhecido, se estabeleça na relação do terapeuta com o seu cliente.
Para ilustrar esta possibilidade, trago aqui o jogo ” há muitos objetos num só objeto “, que trabalha a ressignificação de objetos e possibilita a compreensão de que as situações do dia a dia também podem ser transformadas e ressignificadas de acordo com a nossa postura em lidar com elas.
O jogo consiste em dar um objeto ao cliente (pode-se usar a “caixa de sucata” e pedir que ele escolha um objeto ). Ao escolher, pedir que explore o objeto e descubra uma utilização possível para ele, por exemplo: um pau pode ser uma espingarda; um bastão pode ser um cavalo, um guarda-chuva, uma muleta, um elevador, uma ponte, uma colher de caldeirão, um mastro de bandeira, uma árvore, um poste de iluminação, uma vara de pesca, um remo, uma flecha, uma lança, uma agulha de costura e muitas coisas mais.
Depois de deixar o sujeito explorar as várias possibilidades de transformação do objeto escolhido, pedir que ele escolha 3 funções novas do objeto que ele descobriu e crie/invente então uma história mostrando este objeto se transformando ao longo da história contada. Pedir que ele apresente a história criada a partir do objeto ressignificado/transformado.
É importante incentivar e estimular a apresentação, pois é nesta fase do jogo que também trabalhamos a comunicação verbal, além da sequenciação lógica de acontecimentos.
Vamos experimentar ?
Referências:
FERNÁNDEZ, Alícia. A Inteligência Aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991
KOUDELA, Ingrid Dormien. Jogos Teatrais. São Paulo : Ed. Perspectiva, 2002.