Será Mesmo Só Preguiça?

Será Mesmo Só Preguiça?

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[vc_row][vc_column][vc_column_text]Final de ano…  proximidade das férias escolares! Alegrias para uns, que tiveram êxito na esco­la; tristeza para aqueles que não alcançaram o sucesso. Neste último caso, a queixa dos pais vem carregada de críticas:

- Ele não se esforçou!
– Foi pura preguiça!
– Não levou a sério, vadiou o ano inteiro…
– Não quer nada com o estudo!

Será que é mesmo assim?

O ser humano gosta do sucesso, almeja a felicidade. O insucesso na escola não pode ser fruto de mero descaso, cansaço ou preguiça. Quando isso ocorre, já evidencia um problema cuja causa deve ser pesquisada. A criança ou o adolescente que não tem êxi­to em seu processo de escolaridade precisa mais de ajuda do que de crítica!
Com o apoio de um profissional especializado, a família poderá compreender os motivos do fracasso escolar e identificar  sua causa . O psicopedagogo poderá ajudar o estudante a a­valiar-se, elevar sua auto-estima, descobrir o prazer de aprender e alcançar o sucesso! A intervenção psicopedagógica tem como objetivo prover o sujeito de melhores estratégias cognitivas que lhe permitam resolver de forma mais adequada os problemas propostos pela realidade e propiciar a descoberta de suas potencialidades, de seus talentos, de seus próprios estilos de aprendizagem, facilitando, desta maneira, a  apropriação dos conteúdos  escolares.

Quando o fracasso acontece na escola, é importante que não seja generalizado. Sabe-se que nem sempre os melhores alunos tornam-se as pessoas mais bem sucedidas na vida. Não se trata de defender a mediocridade ou a falta de estudo. O verdadeiro êxito é fruto de esforço e determinação. Porém, nem todas as pessoas têm as mesmas habilidades e competências e reagem da mesma maneira aos mesmos estímulos. Muitas vezes, o sistema escolar espera uniformidade e padrões de comportamento que não são possíveis para alguns alunos. Uma criança ou adolescente com dificuldade de atenção ou que não tenha desenvolvido competências linguísticas, geralmente não é bem sucedida nas tarefas escolares, mas pode sê-lo nos esportes, no convívio social, em atividades comunitárias.

Diante de uma reprovação, antes de castigar é conveniente analisar os motivos que possam tê-la causado. Para que esta análise seja produtiva convém ouvir um elemento externo ao grupo familiar ou escolar, que seja neutro e tenha a competência que sustente sua confiabilidade. O psicopedagogo é o profissional que possui estas características, pois domina os conhecimentos relacionados aos aspectos objetivos e subjetivos envolvidos na complexidade do ensinar/aprender.

Sua participação, neste momento tão difícil e delicado, pode possibilitar para todos os envolvidos a oportunidade de rever práticas que se mostraram ineficazes e de criar novos espaços dialógicos de crescimento e desenvolvimento que produzam sucesso e felicidade![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

Júlia Eugênia Gonçalves
Júlia Eugênia Gonçalves
Psicopedagoga há 41 anos, com formação em mestrado pela UFF./RJ. Carioca, moro em Varginha/MG desde 1996, quando fui contratada pela UEMG para participar de um projeto de formação de professores, depois de ter me aposentado da rede pública federal, onde atuava como docente no Colégio Pedro II. Pertenci ao Conselho Nacional da ABPp de 1997 a 2010. Presido a Fundação Aprender, em Varginha, instituição pública de Direito Privado, sem finalidades financeiras e de utilidade pública.Atualmente tenho me especializado em EaD e suas interfaces com a Psicopedagogia.

9 Comments

  1. manoel cordeiro disse:

    Gostei do artigo: Será mesmo só preguiça?

    Acredito que este é o principal desafio seja dos educadores, pais e os educandos envolvidos, pois daí nasce a possibilidade de superação das dificuldades que são normais no processo ensino/aprendizagem.

    Por que será que as crianças lá no pré-escolar (na educação infantil) ” ADORAM” A ESCOLA E QUASE SEMPRE TUDO O QUE ACONTECE NO ESPAÇO DE ENSINO APRENDIZAGEM, DEPOIS QUANDO CHEGAM NO ENSINO FUNDAMENTAL OU MÉDIO, A ESCOLA PARECE SER UM “TÉDIO OU UMA SALA DE TORTURAS”…..

    • Oi Manoel,
      Você trouxe um aspecto muito relevante: A mudança de atitude da escola em relação aos alunos em seu processo de escolarização. A avaliação na Educação Infantil é feita sobre os processos e no Ensino Fundamental é sobre o produto, a nota da prova, o valor dado a este ou aquele exercício realizado. O processo de desenvolvimento dos alunos nem sempre é valorizado e portfólio é muito falado, mas pouco usado.

      Vamos continuar conversando a respeito ?
      Um abraço,
      Júlia

  2. Maria Cleide disse:

    Júlia, gostei da forma que você abordou a questão do fracasso escolar, pois neste momento o que percebo é que muitos dos educandos enfrentam dificuldades que vão se somando, quando os mesmos não alcançam a vitória a sensação de fracasso é muito evidente e se nós educadores não buscar resgatar a auto estima destes sujeitos vai ser muito complicado.

    • Pois é, Cleide.
      Temos que ter muto cuidado nos julgamentos e na avaliação dos alunos, como disse a Dulcinèia em seu comentário. O ser humano aspira ao sucesso e o fracasso na escola deixa marcas profundas.

      Um abraço,

      Júlia

  3. Dulcinéia ap. Ferraz Ribeiro disse:

    Júlia, este artigo: “Será mesmo só preguiça?”, é oportuno para essa época do ano, em que definimos a vida escolar das crianças e adolescentes .Esta questão deve ser refletida, diariamente, para que nossas crianças e adolescentes sejam avaliadas de forma construtiva.

  4. Ramona disse:

    Júlia,
    Ir de encontro aos seus pensamentos é sempre prazeroso e enriquecedor.
    Neste texto, por meio das questões e das queixas comumente ouvidas nesta época em que estamos, você aborda pontos fundamentais da nossa prática Psicopedagógica. Certamente, esse é o profissional capacitado para lidar com os aspectos objetivos e subjetivos presentes nessa complexa trama do ensinar/aprender e habilitado para criar espaços propiciadores de CRESCIMENTO e de REFLEXÃO, propondo re-visão de posicionamentos e de práticas a todos os envolvidos.
    A abertura de seu texto traz palavras que encerram um ano letivo comum a muitos que fracassam na escola, entretanto penso que elas poderiam ser consideradas no momento da volta às aulas! Quem sabe, no final de 2015, possamos ouvir outras palavras sendo usadas ao se referirem aos nossos alunos que apresentam dificuldades diante desse sistema de ensino, ainda com tantos enrijecimentos? Respeitados, acolhidos e motivados é possível que eles alcancem sucessos, certamente! E o olhar das instituições precisa se vergar para poder perceber que os sucessos devem ser do aluno em relação a ele mesmo e não em relação aos moldes impostos para ele se encaixar! Tenho esperança e crença de que no final do próximo ano, possamos nos encontrar com seu texto com a sensação de que ele retratou posicionamentos passados! E, na Psicopedagogia, incessantemente, buscamos e lutamos por isso!

    • Oi Ramona,

      Muito pertinente seu comentário ! Costumo dizer aos meus alunos que a arte da Psicopedagogia consiste em promover mudanças e é isso que você, como excelente profissional que é, vislumbrou em meu texto, não foi ? Gostaria de poder continuar discutindo com você este assunto, por aqui. Um grande abraço,
      Júlia.

  5. Minha querida amiga,

    Obrigada por seu comentário. Você percebeu o cerne da questão: a necessidade de mudança de postura da escola em relação aos alunos. A Psicopedagogia precisa se comprometer com isso, não é ?
    Um abraço,
    Júlia

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