A intenção deste texto é a de deixar bem claro que o Construtivismo não é um método, mas uma Filosofia. É uma visão de mundo oposta ao Inatismo e ao Ambientalismo, que partiam do pressuposto de que o ser humano já nascia pronto ou então era forjado pelo meio.
Para esta corrente filosófica o ser humano é fruto de uma construção na qual interagem organismo e ambiente. No primeiro, estão presentes as condições genéticas; no segundo, a fonte dos estímulos que propiciarão o desenvolvimento.
Ser construtivista é acreditar que todas as pessoas nascem com o mesmo potencial de aprendizagem e que seu desenvolvimento posterior vai depender de sua história de vida, de seu meio cultural e social, do tipo de estímulo que recebe. É crer que não existem pessoas mais inteligentes do que outras e que a inteligência é uma conquista filogenética (da espécie) e ontogenética (de cada indivíduo), fruto de trabalho cognitivo mediado pela linguagem e conquistado no meio social.
Isto nos remete a uma questão que causa muita confusão em pais e professores: Não existe “Método Construtivista”, como algumas instituições propõem. A escola se beneficia das pesquisas e conceitos desta corrente de pensamento e pode orientar sua ação a partir destes princípios, utilizando qualquer tipo de método, desde que respeite o processo de construção de conhecimentos que é inerente a cada ser humano.
Os principais teóricos do Construtivismo jamais falaram em métodos de ensino, mas realizaram pesquisas sobre a inteligência e o desenvolvimento humano que contribuíram para mudanças significativas na Educação. São eles Piaget, Vygotsky e Wallon. Numa perspectiva Co-Construtivista, estes autores não são vistos como antagônicos, mas como complementares e a escola utiliza suas teorias quando privilegia ações que levem a processos de assimilação e acomodação que se equilibram em adaptações criativas, quando propicia a interação por meio de trabalhos de grupo e experiências que ampliam cada vez mais a Zona de Desenvolvimento Proximal e quando compreendem as implicações emocionais presentes em toda situação de aprendizagem.
Referência Bibliográfica.
VALSINER, Jaan e VASCONCELOS, Vera Maria de. Perspectiva Co-Construtivista na Psicologia e na Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
4 Comments
Concordo plenamente. O Construtivismo de fato não é um método mas esta sendo utilizado como tal. A escola como um todo adotou – o como método deixando de orientar e ensinar acreditando que cada sujeito deveria aprender de modo próprio, isto é construindo seu conhecimento, que na infância é precário, ocasionando deficits graves nesse aprendizado, favorecendo dessa forma dificuldades e incompreensões por parte daqueles que estavam iniciando seu aprendizado.
Oi Mara,
Muitas dificuldades de aprendizagem são, na verdade, dificuldades de ensinagem, concorda ?
Compartilhar é a melhor forma de conhecer….Parabéns…júlia.
Oi Francisca,
Sem dúvida ! Quem compartilha decerto amplia seu conhecimento com o que recebe em troca.
Um abraço,
Júlia